quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sobre mudanças

Eu fui uma adolescente com pensamentos bem loucos.Sei, todo adolescente é, mas cada um sabe de sua loucura e tem preferências distintas para sentí-la.
Eu era tola, era boba, estranha; estranha pois desconhecia completamente o que se passava dentro de mim e das pessoas, abafava aquelas certezas que eu nem sabia se eram certas em sua essência.Eu as deixava de lado pensando que o mundo ao meu redor é que era forte e o único a possuir a franqueza que eu, me enganando, tanto desejava...achava que ela só se fazia presente na parte de fora, nos outros.Insegurança.
Meus pensamentos entravam em conflito com as minhas atitudes, eu me esquecia...de mim, me passava para traz.Às vezes almejava ser outra pessoa; não alguém que eu admirasse, com outro nome, outro endereço, outro lugar, mas ser aquele 'ser' que habitava tão francamente dentro de mim e que por algum motivo ainda desconhecido (e nem quero conhecer) eu não externizava, não apresentava a face dessa other person para o mundo (mundo todo, não apenas o meu).
Ainda assim, eu era única como todos.
Tudo que me era apresentado, parecia artificial.E não era artificialidade, no fundo eu não estava satisfeita comigo.Eu olhava no espelho e me decepcionava, não com o que era refletido pois em relação a isso nunca houve problema algum; eu me defrontava com quem estava por traz daquele rosto (aquela outra que habitava dentro de mim).Eu me decepcionava com o que só eu via.
O tempo passou e com ele veio o cansaço de não agir de acordo com o que eu queria, de não reconhecer as coisas que eu desejava na realidade, de assumir as vontades do meu coração.
Me entreguei a mim mesma.
Chega um dia e você dá um 'basta', foi aí que fiz questão de tirar a máscara que minha parte falsa havia colocado no meu rosto.
Hoje, quedas depois, ainda não sou 100%.Uma parte de mim ainda falta crescer e a outra, tem sede de brincar.Mas sou uma só com mil desejos.
Sigo em frente, me jogo num mar de rosas brancas mesmo sem saber a profundidade dele e nem onde vou parar.Muitas nuances ainda me faltam, mas estou aprendendo a colocar minha mente à serviço do meu coração (já ensinou Chaplin).
Tenho um longo e belo caminho pela frente.

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